Esqueça aquela imagem de um anjinho carregando um arco e disparando flechas para enamorar corações solitários. Os tempos são outros, e ser cupido agora é profissão. No Moinhos, ele atende pelo nome de Dóris Helena Santiago Cunha. Aos 51 anos, a professora de Educação Física é diretora de uma assessoria na construção de relacionamentos afetivos, ou seja, uma empresa que promove encontros entre pessoas interessadas em relacionamentos sérios, conhecida como agência de namoro e agência de casamento, pessoas que na verdade buscam encontrar um grande amor.
A primeira flecha certeira de Dóris deu resultado no final do mês passado. Após alguns meses juntos, uma mulher de 35 anos e um homem de 50 anos casaram-se no civil. Eles são dois dos cerca de 20 clientes da empresa que funciona desde julho do ano passado. – A nossa aposta é em um diferencial: a avaliação do perfil psicológico de cada um, acima até de atributos físicos. Uma psiquiatra avalia e, depois, faz o cruzamento dos perfis, para ver se há afinidades. Tem gente dos 25 aos 65 anos no cadastro – diz a diretora, ressaltando que a assessoria também promove encontros coletivos e palestras aos clientes.
Mãe de três filhos, a porto-alegrense tem especialização em Psicomotricidade na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e é professora da rede municipal de Porto Alegre – lecionou por mais de 20 anos na rede estadual. Uma experiência de seis anos dando aulas para jovens e adultos despertou nela um interesse maior pelas relações humanas. Com a aposentadoria do magistério se aproximando, Dóris começou a pensar no que fazer para não parar de trabalhar. Quando uma prima e uma amiga usaram os serviços de uma empresa concorrente e relataram a experiência, foi como se tivesse tido um estalo: – Depois de pesquisar o mercado, fui até a minha psiquiatra e perguntei se ela achava que eu tinha o perfil para abrir o negócio. E ela me respondeu: “tu não só tens o perfil, como tens a cara de pau para fazer uma coisa dessas”. Casada com o chef de cozinha Fernando de Melo Aquino, Dóris é uma novata na região. A moradora da zona sul de Porto Alegre divide a rotina entre a escola em que trabalha, na Restinga, e a sede da empresa, em um prédio na esquina das ruas 24 de Outubro e Quintino Bocaiúva. – Quero conhecer mais o bairro. Meu projeto de vida, se tudo der certo, é me mudar para cá, gosto muito daqui – conta a empresária casamenteira.
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